quinta-feira, 21 de junho de 2012

NOVO AEROPORTO DE PORTO ALEGRE



NOVO  AEROPORTO  DE  PORTO  ALEGRE


Valery Pugatch



Com o recente anúncio da inconveniência técnica de ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho,  em Porto Alegre,  abre-se a necessidade de criação de um novo aeroporto para a região metropolitana.  A inconveniência técnica,  segundo se relata,  ocorre em razão da inconsistência do solo de fundação existente no local da porção extra de pista a ser construída.


Como opção primeira é dada a implantação de um novo aeroporto na região metropolitana  em área situada nos municípios de Nova Santa Rita e Portão, a aproximadamente  trinta quilômetros a noroeste da capital gaúcha.


Já tivemos exemplos dessa necessidade de criação de novos aeroportos em outras capitais do país,  que nos mostram como a questão foi solucionada.  No Rio de Janeiro e em São Paulo,  nossos dois maiores centros,  a opção foi a transformação de Bases da Aeronáutica então existentes em modernos aeroportos internacionais.


No Rio de Janeiro a Base Aérea do Galeão sofreu um “upload”,  transformando-se no Aeroporto Internacional Tom Jobim,  ou Aeroporto do Galeão.  Em São Paulo,  igualmente a Base Aérea de Cumbica foi transformada no Aeroporto Internacional de Guarulhos,  ou Aeroporto de Cumbica.


Temos em nosso Estado instalada a Base Aérea de Canoas,  no coração da região metropolitana,  em local que já funcionara o antigo Aeroporto de Gravataí.   A Base Aérea de Canoas,  funcionando desde 1944,  ocupa uma área relativamente extensa,  encravada na zona urbana dos municípios de Canoas e Cachoeirinha.


O deslocamento da Base Aérea de Canoas para outra região no Estado  abriria a possibilidade de instalação do novo aeroporto em uma área onde não há necessidade de desapropriações,  e que já tem a população interagida com a presença da aviação.
De outra parte,  um aeroporto  naquele local atenderá a toda a região metropolitana,  pois  situa-se no centro geográfico dessa imensa massa populacional e econômica,  ficando muito próximo da capital,  a apenas alguns quilômetros do aeroporto Salgado Filho.


O comprimento da pista da atual base aérea poderá atender de forma plena os requisitos necessários para a operação de aeronaves comerciais de grande porte que não conseguem operar no  aeroporto Salgado Filho, podendo inclusive ter seu comprimento ampliado .   Ainda com a vantagem de que o tamanho avantajado da área da base aérea permitirá a criação de uma segunda pista,  ou até mesmo uma terceira pista,  como acontece nos principais aeroportos do mundo,  que contam com pistas transversais, paralelas, auxiliares.
  

A ida da Base Aérea para outra região do Estado provocará,  sem dúvida,  a criação de novos postos de trabalho nessa nova área,  e  por consequência,  maior  desenvolvimento, tão necessário e esperado para a região escolhida.     Temos já em operação a Base Aérea de Santa Maria,  que poderá ser ampliada e reforçada em sua atuação.  Temos também na região oeste do Estado,  no município de Rosário do Sul,  uma extensa área denominada “Saicã” onde o Exército Brasileiro realiza suas manobras de treinamento.  Essa região de Rosário do Sul certamente se beneficiaria fortemente com a implantação de uma base aérea em seu território.  A economia da região baseia-se no agropastoril,  com criação de gado e lavouras de produção de arroz,  que não seriam prejudicadas.  Pelo contrário,  sua existência garantirá a necessária baixa densidade populacional para a implantação,  sem contar que lá também não serão necessárias desapropriações para a criação de uma nova Base Aérea.


As duas regiões,  Santa Maria e Rosário do Sul,  situam-se mais próximas das fronteiras com o Uruguai e com a Argentina do que o atual local,  o que é estrategicamente favorável.


Existe ainda uma terceira opção,  também favorável,  que é o Aeroporto de Pelotas.  Esse aeroporto constitui-se geograficamente no último campo de aviação do país,  antes de chegar-se aos países do Prata.  Essa condição certamente confere ao aeroporto de Pelotas um status de primeira linha na estratégia militar de defesa do território nacional.  Verificar-se-ia,  portanto,  ganhos à segurança nacional com o deslocamento da base aérea para aquela região do Estado.

                                             A área do Novo Aeroporto em Canoas está situada numa posição privilegiada em relação à Região Metropolitana.  Está localizada ao lado da Free Way, da BR 116,  e da futura Rodovia do Parque.  E com acessibilidade direta de todas as regiões do Estado,  sem contar com a construção da nova ponte do Guaíba,  que dará acesso imediato ao local, oriundo da Metade Sul do Estado.   Haveria necessidade de poucas obras de  acesso,  apenas as necessárias para tomar-se as rodovias próximas.  O Governo do Estado já tem projeto pronto de uma nova rodovia,  a RS 010,  que passará ao lado da atual base,  e que poderá tornar-se o acesso principal do novo Aeroporto Internacional da Região de Porto Alegre.


O Aeroporto Salgado Filho poderá seguir com suas operações após a implantação do novo,  voltado para a aviação regional ou mesmo como alternativa ao novo aeroporto,  como verificou-se também com os já citados Aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro,  onde tanto o Aeroporto de Congonhas como o Aeroporto Santos Dumont cumprem até hoje suas importantes funções paralelas.


Nos parece que uma ação direta do Governo Federal será necessária para tocar esse projeto,  que envolve além dos Ministérios da Aeronáutica e do Exército, outros Ministérios ligados à Infraestrutura do País e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul.