quinta-feira, 29 de março de 2012

Água é Utilizada e Não Consumida


ÁGUA  É  UTILIZADA,    NÃO  CONSUMIDA



Valery Pugatch 




                                Na verdade,  não existe consumo de água em qualquer atividade econômica.  A água  não é consumida,  e sim utilizada,  uma vez que após o seu uso retorna de forma integral à natureza de onde saiu.  Quem utiliza a água a toma emprestado da natureza,  a utiliza por um determinado período, e a devolve com um volume idêntico ao que retirou.

                 Em geral temos a idéia,  incorreta, de que a água que chega em um Perímetro de Irrigação ali acaba desaparecendo,  ou transformando-se em produto através de um processo químico.  Isso absolutamente não acontece.   O conceito de consumo leva ao aniquilamento do bem que se está fazendo uso.  Exemplo disso é o petróleo,  que após utilizado transforma-se em outras substâncias que não a matéria prima.  Nesse caso,  haverá um momento em que o petróleo acabará desaparecendo da face da terra.

                  O ciclo hidrológico vigente no planeta é fechado,  e a substância água é imutável em volume e quantidade no decorrer do tempo.  Existe uma quantidade limitada de água no planeta, uma quantidade conhecida,  mensurável.  Essa mesma água existe desde o início da vida na Terra e mantêm-se até os dias de hoje em volume e quantidade.  E vai manter-se a mesma nos próximos milhões de anos,  a não ser que seja criada uma forma de extrair quantidades de água para fora de nosso planeta.

                                          Os sistemas produtivos  tomam emprestadas quantidades de água no decorrer de seu processo,  e a devolvem de forma integral no seu final.  Não há desaparecimento de água durante os processos produtivos.  Nem tampouco existem processos de formação de água,  pois não se cria água.  Só temos à nossa disposição aquela quantidade de água que sempre existiu no planeta.

                      É estimado que o volume de água existente na Terra seja de aproximadamente  1,35 bilhão de quilômetros cúbicos.  Esse conceito define o caráter finito do recurso água,  ou seja,  finito no sentido da quantidade limitada.


                    A água utilizada para irrigação toma os seguintes destinos:  

·         Infiltra-se no solo,  retornando ao meio ambiente.

·         escorre para o curso dágua mais próximo ou para outra lavoura.

·         evapora-se para a atmosfera,  retornando em forma de chuva.

·         Uma pequena parte encerra-se na biomassa verde das plantas,  incorporando-se portanto de novo à natureza.

·         Apenas uma pequena parcela,  aquela que acompanha os produtos nas prateleiras do supermercado,  é que sai para fora das fronteiras do processo produtivo.  Porém,  esta água, ao ser consumido o produto  em qualquer parte do globo,  voltará em algum momento ao ciclo hidrológico através do metabolismo dos seres humanos que o utilizaram.

                                                                                                                             
           A utilização da água é  realizada em ciclos que chamamos de Ciclos Hidrológicos.  Esses ciclos são constantes e infinitos.  Não existe consumo de água, apenas a utilizamos e a devolvemos à natureza após o seu uso.  Porém,  como a quantidade de água no planeta Terra é finita,  e a população é cada vez maior,  a quantidade disponível per capita torna-se menor a cada dia.   Isso significa que devemos racionalizar o seu uso e evitar sua contaminação,  pois  a água tornou-se um bem com valor econômico,  devido à sua condição de escassez em  função de sua disponibilidade.

                               A maior contaminação de água verificada em nossos dias é dos esgotos domésticos das concentrações urbanas.  Esse é o grande responsável pela poluição das águas,  pois após o lançamento dos dejetos das cidades deveria haver o tratamento dessas águas servidas.  O que ocorre na realidade é que a maioria das comunidades não dispõem de recursos necessários para realizar esse tratamento,  e as águas servidas acabam por se juntar a outras,  limpas,  mais abaixo,  e terminam por contaminar todo um manancial  do tipo rio, arroio,  ou lago.
                    
                          Há 2.000 anos a população mundial correspondia a 3% da população atual.  Portanto,  naquela época,  a quantidade de pessoas era aproximadamente a população atual do Brasil,  tão somente.  Porém,  a disponibilidade de água,   naquele momento e agora,   permanece a mesma.

                           A substância Água talvez seja a única em todo o planeta que não se destrói e não se modifica ao longo do tempo.   Os níveis de poluição é que tendem a aumentar com  o decorrer do aumento da população mundial.    As tendências,  porém,  dão conta de que o crescimento populacional ocorrerá até um certo momento a partir do qual se estabilizará,  ou até decrescerá,  como já ocorre em alguns países da Europa.

                   As Legislações de recursos hídricos já tratam a questão como Uso da Água  ou  Utilização da Água quando definem as normas vigentes.

                            A Declaração Universal dos Direitos da Água foi criada pela ONU – Organização das Nações Unidas,  em 22 de março de 1992,  estabelecendo a data de 22 de março de cada ano como o Dia Mundial da Água e seu texto trata da  A Utilização da Água em seus artigos:




DECLARAÇÃO  UNIVERSAL  DOS  DIREITOS  DA  ÁGUA

1. A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

2. A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida e de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceder como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no Art. 30 de Declaração Universal dos Direitos Humanos.

3. Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo a água deve ser manipulada com racionalidade, preocupação e parcimônia.

4. O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e dos seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente, para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos por onde os ciclos começam.

5. A água não é somente uma herança dos nossos predecessores, ela é sobretudo um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do Homem para as gerações presentes e futuras.

6. A água não é uma doação gratuita da natureza, ela tem um valor econômico: é preciso saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

7. A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento, para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração de qualidade das reservas atualmente disponíveis.

8. A utilização da água implica o respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo o homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo Homem nem pelo Estado.

9. A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.



10. O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.


DESENVOLVIMENTO  SUSTENTÁVEL


Foi em 1987 que a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, estabelecida pela Organização das Nações Unidas, lançou o relatório Nosso Futuro Comum, que definiu o conceito de desenvolvimento sustentável. Presidida por Gro Harlem Brundtland, então primeira-ministra da Noruega, a Comissão Brundtland, como ficou conhecida, tinha como objetivo estudar a relação entre o desenvolvimento econômico e a conservação do meio ambiente. No relatório, Gro afirmava que o desenvolvimento deveria

"atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades".

 Essa definição ecoou pelos quatro cantos do mundo e revolucionou a discussão sobre desenvolvimento e crescimento econômico (Instituto Ethos).


MATAS CILIARES

As matas ciliares são sistemas vegetais essenciais ao equilíbrio ambiental e, portanto, devem representar uma preocupação central para o desenvolvimento sustentável.
A preservação e a recuperação das matas ciliares, aliadas às práticas de conservação e ao manejo adequado do solo, garantem a proteção de um dos principais recursos naturais: a água.


COMITÊS  DE  BACIA

                                         Os Comitês de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas são organismos criados para,  entre outras coisas,  operacionalizar a utilização dos recursos hídricos de cada região.  É imprescindível que antes de qualquer alteração significativa no meio ambiente,  esta seja negociada dentro de cada comitê,  o qual também tem a função de resolver os conflitos relacionados aos usos da água resultantes das diversas atividades econômicas dentro de sua bacia hidrográfica. 



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